A recente pandemia de Covid-19 tem lançado luz sobre um argumento repetido há mais de uma década por cientistas. As chances de despontarem doenças emergentes e reemergentes são cada dia maiores, especialmente em locais do mundo que reúnem características capazes de facilitar o contágio. É o caso de localidades da Ásia, mas também das florestas tropicais com alta biodiversidade, como é o caso da Amazônia. Em um mundo com alta densidade populacional e globalizado, a probabilidade de que essas doenças se tornem pandêmicas é alta, dada a frequência de contatos e ampla circulação de pessoas entre localidades e países. Para entender melhor esse processo, faremos nesta vídeo-aula uma viagem da China ao estado de São Paulo, passando pela Amazônia. Ao longo do caminho, veremos quais hipóteses explicam o início da pandemia de Covid-19, explorando porque eventos similares já eram previstos e devem se tornar rotineiros. Por fim, analisaremos as evidências que sugerem que a Amazônia pode se tornar um epicentro de novas epidemias, caso as mudanças atuais no uso da terra e taxas de desmatamento sejam mantidas.
Os conceitos de Antropoceno e fronteiras planetárias serão apresentados para criar uma referência conceitual sobre os problemas socioambientais na contemporaneidade. Os nove componentes que definem os limites biofísicos da Terra serão descritos e exemplificados. As revoluções tecnológicas do pós-segunda guerra e seus impactos socioambientais serão discutidos e relacionados com o conceito de recursos naturais comuns. Serão explorados exemplos de ecossistemas de florestas tropicais, marinhos e polares. Esses exemplos buscarão: (i) ir da análise do nível global ao local, (ii) trazer estudos do Brasil e; (iii) estabelecer relações com o a pandemia do COVID-19.
Serão abordados:
- A invenção do Estado nacional como braço político do sistema mundo;
- Geopolítica e economia-política: correlações e interdependência;
- Cidadania, gerações de direitos e aprimoramento do Estado Nacional Moderno;
- Produção e convergência de crises na ordem internacional;
- Socioambientalismo, ecologismo dos pobres, decrescimento, buen vivir, ambientalismos e alternativas à ordem dos estados nacionais;
- Geografia política e pandemia (esta e as próximas...)
- O estado plurinacional, o contrato natural e os direitos da natureza
Essa vídeo-aula discute como a água tem sido apropriada na sociedade atual, e as desigualdades de acesso à água na sociedade capitalista. Os conceitos de água como bem comum versus mercadoria são categorias de análise, que permitem visualizar diferenças de acesso em nossa sociedade. Define-se saneamento básico pela legislação brasileira, bem como apresentam-se dados de diferenças regionais de acesso à água e ao esgotamento sanitário. A gestão participativa da água também é apresentada, assim como se discute a importância da universalização dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário.
Sinais de solidariedade e cooperação entre agentes sociais, em distintas escalas – do local
ao global – foram emitidas como verdadeiras faíscas de esperança face ao alastramento da pandemia
da COVID-19 a partir de março de 2020. Mas a ideia de um “novo normal”, no mundo “pós-covid”,
evidenciou, por outro lado, o recrudescimento de uma era de extremos e desigualdades. A pandemia
afeta a todos, em todos os cantos do planeta. Mas o impacto não é equânime na população, menos
ainda as capacidades de se reagir aos seus efeitos. Nesse sentido, busca-se analisar os impactos
desiguais da Sars-CoV-2, sob a lente da justiça ambiental e planetária, observando como tanto a
exposição e vulnerabilidades revelam processos históricos pregressos de produção de injustiças, bem
como da real capacidade da governança da crise tende a aprofundar as desigualdades.
Este é o último vídeo da disciplina Sociedade, Meio Ambiente e Cidadania na sua versão especial "em tempos de covid-19" (2020). Esta disciplina é ministrada no Ciclo Básico da Escola de Artes, Ciências e Humanidades por um conjunto de docentes. Esta aula discute os possíveis rumos para a economia global pós-pandemia a partir das contribuições da economista Kate Raworth (Economia Donut) e de um modelo de transformação de sistemas sócio-ecológicos (Herrfahrdt-Pähle et al. 2020).