O Escritor e seus Tempos: Reflexões sobre Crítica, Tradução e Política no Sistema Literário
A importação das formas na periferia do capitalismo; o papel da tradução nesse comércio internacional, o caso de Sinclair das Ilhas; a questão do folhetim e da ficção romanesca
1. As batalhas ideológicas na Revue des Deux Mondes
2. Machado de Assis como crítico de arte
3. Machado tradutor
4. Centro, periferia e dupla consciência: a recepção inicial de Henry James na França
5. Henry James e o autor-crítico
6. O leitor comum: Virginia Woolf e a vanguarda literária
7. A política da tradução e a tradução como política
8. O intraduzível e a literatura comparada
9. Machado de Assis visto pelos Estados Unidos: o mestre ignorado
10. Esaú e Jacó: Machado de Assis, o boom e a Guerra Fria
11. George Orwell: recepção problemática e o paradoxo do exílio
12. O caso brasileiro de Animal Farm em 1964
O que a atividade do autor como crítico ou tradutor indica sobre a sua criação artística? Como a tradução de suas obras representa uma sobrevida capaz de dotá-la de valor e revelar novos sentidos políticos? Este curso propõe um estudo de quatro escritores da tradição brasileira e anglo-americana Machado de Assis, Henry James, Virginia Woolf e George Orwell , procurando compreendê-los em sua atuação como críticos e/ou tradutores e, ao mesmo tempo, examinando alguns exemplos concretos de negociações literárias e políticas, em diferentes contextos nacionais e históricos. Como apoio teórico, conduziremos uma reflexão sobre a Literatura Comparada a partir dos estudos de Barbara Cassin e Emily Apter sobre os intraduzíveis, e também das experiências e considerações de Auerbach e Leo Spitzer em torno do conceito de Weltliteratur.