A América Latina enfrenta muitos problemas de ordem social relacionados à criminalidade e ao narcotráfico. No entanto, a "narcoeconomia" não é um âmbito delituoso socialmente homogêneo, como apresenta a distorcida propaganda da política imperialista. A comercialização de drogas é o segundo ramo de atividade econômica do planeta, sendo superada somente pelo comércio de armas. Segundo a criminóloga venezuelana Rosa del Olmo, “questões econômicas têm sido transformadas em problemas sociais que se expressam em conflitos sobre drogas”. Na verdade, argumenta ela, “o problema da droga é econômico e ideológico”. Os Estados Unidos se empenham de maneira ferrenha no combate ao narcotráfico no continente, porém, é importante analisar suas intrínsecas motivações. A atividade se mostra numericamente bastante lucrativa para o país. Assim, pode-se perceber como a "narcoeconomia" é afetada pelos mesmos ciclos de superprodução que qualquer outro setor e, por isso, o imperialismo apela aos instrumentos clássicos de guerra comercial, buscando baratear a produção local e encarecer a competição latino-americana. É evidente que a militarização com o pretexto de "lutar contra o flagelo da droga" é um aspecto da recolonização comercial e da chantagem financeira sobre a América Latina. Com isso, é notório como a problemática do narcotráfico é muito mais profunda do que aparenta, e é um tema de extrema relevância não só social, mas com importante abrangência nos âmbitos político e econômico para as relações internacionais.