Historicamente, os países latino-americanos são, predominantemente, influenciados pelos moldes sociais, políticos e culturais das grandes potências, sobretudo os Estados Unidos. Não obstante, vemos fenômenos políticos de grande influência na região, como o populismo, as ditaduras e a própria transição democrática, que nos fazem questionar os moldes que têm estruturado as pautas políticas latino-americanas.
Assim, seriam esses processos particulares à América Latina, devido a eventuais características sócio-históricas próprias? Em que medida é legítimo falar em democracia nos países latino-americanos? A democracia neoliberal tem sido o modelo político hegemônico e amplamente defendido pela maioria dos países, sobretudo pelas grandes potências. Contudo, alguns países parecem não se adaptar da mesma forma aos pressupostos do regime chamado democrático, como pode ser visto de forma mais clara em casos como o cubano, venezuelano e mesmo em outros países da América Latina,
que experimentam a democracia “a sua maneira”.
Assim, cabe problematizar a discussão a respeito da democracia e entender em que medida devemos buscá-la de acordo aos moldes estabelecidos ou se não deveríamos pensá-la a partir de um projeto político mais condizente com as características latino-americanas.