No século XX, as contestações populares na América Latina assumiram um caráter mais politizado, com relativa crítica e autonomia em relação ao Estado, exercendo pressão política para transformações da estrutura social. A partir da década de 1970, surgiu o novo sindicalismo e vários movimentos sociais que desenvolveram ações de resistência contra os sistemas sociais altamente excludentes que existiam no subcontinente, numa realidade de profundas desigualdades sociais. Além disso, tais movimentos coincidiram com o avanço do autoritarismo sobre vários países da América Latina e sucederam os temas típicos dos anos 60: a marginalidade e a dependência.
No entanto, de demandas para a construção de identidades coletivas restritas, emergiram redes de movimentos sociais multi-identitárias, translocais e transnacionais que, em última instância, desempenharam uma função estratégica na resistência contra as políticas neoliberais dos governos latino-americanos. Dessa forma, contribuíram para a emergência de movimentos de resistência antissistêmica na América Latina, o que verifica o papel influente dos movimentos sociais na dinâmica geopolítica do subcontinente.